Seguindo estrada pelo estado de São Paulo, vim confirmar o que meu coração sempre soube. Não mudamos o mundo sozinhos. É da força coletiva que mudamos nossa realidade. E esta história que vou contar a seguir é para nos fazer refletir que não basta ter uma boa ideia, é preciso muita perseverança e trabalho conjunto para chegar a um resultado de impacto social, assim como a Associação Comunitária Monte Azul, localizada na zona sul de São Paulo.

A associação foi fundada pela pedagoga antroposófica alemã Ute Craemer. Depois de um período de trabalho voluntário, na humanização de favelas no Paraná (1965), Ute estabeleceu-se em São Paulo (1971), como professora da Escola Waldorf Rudolf Steiner, foi quando justamente percebeu que a sua missão estava em trazer essa pedagogia até então “elitizada” para uma realidade “desfavorecida”.

A educadora iniciou então um trabalho de educação com as crianças da favela Monte Azul as recebendo em sua própria casa. “De forma natural, como concretização de suas convicções, o ideal da educadora Ute ganhava forma: criar uma ponte entre realidades sociais diferentes, como um caminho possível para melhorar o mundo. Foi esta motivação que a fez fundar a Associação. É a mesma que a estimula sempre e todos os dias, em suas destacadas atividades dentro do cenário mundial da educação.”

Na década de 70 a pedagoga começou junto com algumas pessoas da comunidade e da Alemanha a mobilizar fundos para construir um centro comunitário, que hoje é um Centro Cultural no coração de Monte Azul. O projeto atua desde então com diversos projetos na área da saúde, cultura, meio ambiente e educação, como o Caminhando Juntos – para inclusão de adultos com alguma dificuldade cognitiva ou neuromotora, e o Nossa Ciranda com atividades de contraturno com crianças de 7 a 14 anos relacionados à música, teatro, artesanato e demais trabalhos culturais. A associação também já se espalhou pela comunidade aonde possui duas creches, uma independente que trabalha o primeiro setênio com toda abordagem da pedagogia Waldorf e outra em parceria com a Prefeitura. A associação também possui outros núcleos como o Peinha e o Horizonte Azul, numa área com mais natureza, onde se trabalha com crianças de até o quinto ano.

A Cura através do Convívio Social Saudável

Além dos centros de educação, a comunidade possui um ambulatório de abordagem antroposófica. Lá eles me contaram que no centro de São Paulo uma consulta da medicina antroposófica chega a custar até mil reais, sendo que para os moradores da comunidade a consulta é gratuita. O ambulatório também atende pessoas de fora da comunidade por preços mais acessíveis com atendimentos de acupuntura, arteterapia, etc. Além disso há a Casa Ângela, uma casa de parto humanizado parte da rede do SUS, que este ano comemorou mais de 1.000 partos realizados

Fonte da história: montezul.org.br
Projetos: http://www.monteazul.org.br/raiosdeacao.php