Quem esteve acompanhando essa jornada por Comunidades de Aprendizagem Transformadora no Brasil já deve ter notado a alma transbordante que vos escreve!

Com o propósito de vivenciar iniciativas que promovem esses três princípios: “Educação Integrada à Vida”, “Vida em Comunidade” e “Comunidade integrada à Terra”, ao longo desses seis meses de viagem – setembro de 2017 a março de 2018 – foram mais de cinquenta pessoas me apoiando, passei por sete estados brasileiros e visitei no total 20 comunidades!

Procurei alcançar a maior diversidade possível de iniciativas, desde uma empresa, a Mercur no Rio Grande do Sul, até uma comunidade indígena Huni Kuin no Acre , passando ainda por escolas como a Cidade Escola Ayni (RS), a Escola Caminho do Meio (RS) e o Projeto Âncora (SP), projetos de cidade educadora como Santos (SP), e e bairros educadores como CEU Heliópolis (SP), Comunidade Monte Azul e o projeto do Tião Rocha no CPCD – Vargem Grande Comunidade Saudável, nos arredores de São Paulo. Além disso, o coração do projeto eram as Ecovilas, entre comunidade urbanas, como a Casa Anitcha e a Aldeia Maraka’anã (RJ), Casarão do Arvoredo (RS), Montserrat em Santos (SP), e comunidades rurais como o Sítio Amalaya (SP), a Comunidade Kilombola Morada da Paz (RS), Aldeia Mata Atlântica (RJ), Terra Una (MG), Ecovila Palmital (MG), Ecovila São José (SC) e a Vila Céu do Mapiá (AM).

A ideia de ter como principal foco as ecovilas – ou assentamentos humanos intencionais e sustentáveis – é porque eu as considero um microcosmo dos modelos de sociedade possíveis, comunidades que estão há décadas praticando e experimentando essa forma de vida, que inclui e transborda o conceito de educação de uma forma integral para a construção de sociedades mais sustentáveis e resilientes.

Por isso o projeto foi inspirado pelos estudos da Rede Global de Ecovilas (GEN), reflito hoje no currículo do Gaia Education, um programa mundialmente referenciado na Educação para a Sustentabilidade, adotado pela UNESCO recentemente como parceiro para a Ação Global no atingimento dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU. A GEN e o Gaia trabalham aquilo que as comunidades mais bem sucedidas e resilientes têm em comum, o que se reflete num olhar amplo para essas Quatro Dimensões da Sustentabilidade:

Ao adotar essas “lentes” multidimensionais, fui observando e identificando os desafios, particularidades e potencialidade que essas comunidades compartilham, ou em quê se diferenciam a nível Social, Econômico, Ecológico e Cultural. Muitos foram os Insights e A-hás!

Ao celebrar o fim dessa primeira etapa do projeto – a viagem em si – eu honro e agradeço muito, não só os apoiadores financeiros como os educadores e educadoras tão especiais que conheci pelo caminho e os espaços e iniciativas tão inspiradores que manifestam um sonho da Terra!

Após a viagem o Transbordas continua em outros formatos, nesse momento estou sistematizando essas aprendizagens e buscando apoios para um futura publicação. Além disso colocando à disposicão o serviço de Cocriar Comunidades de Aprendizagem.

Para escolas, projetos, coletivos e organizações que querem se tornar comunidades que aprendem juntas! Apoiando com a cocriação de processos intangíveis, sociais e culturais capazes de sustentar os processos tangíveis e materiais em que estejam atuando e que, no fundo, é o que permite a permanência dos projetos de forma concreta.

Descubra a potência de Ser Comunidade para criar vínculos, processos e humanidade nos projetos que estamos envolvidos!

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P.s: Os conceitos de Comunidade, Comunidade de Aprendizagem e Aprendizagem Transformadora são muito vivos, conectados com várias potências da educação especialmente brasileira e estão em contínuo desenvolvimento. Também estou trabalhando nisso, para contruibuir com o corpoconceitual que se organiza hoje no Brasil através da prática e das vivências. Se você tem interesse, nesses vídeos eu falo um pouco sobre o meu entendimento desses conceitos: